A
EDUCAÇÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
LIBANÊO,
José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura
e organização. São Paulo: Cortez, 2003, p. 51-55.
Trata
da escola e o questionamento acerca de sua função diante das transformações
econômicas, políticas, sociais e culturais da contemporaneidade. Na era da
globalização, o entendimento acerca deste termo leva muitos a concebê-lo como
um conceito de construção ideológica neoliberal que, postula o desenvolvimento
de um país pela liberalização da economia e supressão de qualquer intervenção
social, ou seja, uma auto-regulação da economia. A educação é afetada pelos
acontecimentos mundiais, pois exigem da mesma um novo modelo de trabalhador
flexível, polivalente, e para que isso ocorra a educação tem que ser formadora
de novas habilidades cognitivas, competências sociais e pessoais. O capitalismo
estabelece novas finalidades à escola, modificando suas prioridades,
necessidades, valores e práticas docentes. Esta sociedade está sendo denominada
de sociedade do conhecimento ou sociedade tecnológica, que destaca o
conhecimento, o saber e a ciência, ampliando os espaços de aprendizagem. Isto
significa o início da reestruturação do sistema educacional, a articulação da
escola com outras modalidades de educação, de maneira a contribuir para a
formação dos indivíduos, em uma capacitação permanente, preparação tecnológica
e desenvolvimento de atitudes, conhecimentos, capacidades, autonomia,
consciência crítica, cidadania e ética social. As transformações da função da
escola representam a reavaliação dos objetivos do sistema capitalista, com o
intento de manter a hegemonia no fortalecimento das nações ricas e submissão e
dependência dos países pobres. As reformas educacionais nos países ricos
submetem a escolarização às exigências do mercado de produção e consumo, os
organismos multilaterais vinculados ao capitalismo traçam uma política
educacional para os países pobres, com interesses voltados a atender as
demandas da globalização, a intelectualização do processo produtivo e formação
de consumidores. Juntamente com a preocupação com aspectos como: a exclusão;
segregação e marginalização das populações pobres, pois tais fatores afetam o
desenvolvimento do capitalismo, interferindo na ordem e estabilidade dos países
ricos. As medidas neoliberais educacionais são viabilizadas pelas corporações e
instituições financeiras internacionais: Fundo Monetário Internacional; Banco
Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento. Tais reformas sustentam-se na
ideia do mercado como princípio fundador, unificador e auto-regulador da
sociedade global competitiva, tentando convencer de que o livre mercado resolve
os males sociais, no entanto o livre mercado é fundamentado pela exclusão. O
governo brasileiro vem implementando medidas políticas, econômicas e
educacionais para modernizar o país e inseri-lo no mundo globalizado, com o
discurso na educação da diversificação, flexibilidade, competitividade,
produtividade, eficiência e qualidade.
Roselaine Monteiro dos Santos.
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