sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Síntese: "A educação que temos, a educação que queremos"

IMBERNÓN, Francisco. (org.). A educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. Trad. Ernani Rosa. 2ª. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. p. 37-61.

A educação que temos, a educação que queremos
José Gimeno Sacristán

Elucida que, para se planejar o futuro é preciso entender os acontecimentos do passado e do presente. A educação em sua visão utópica é uma projeção para o futuro, que se alimenta da cultura e a reproduz, objetivando a melhoria das sociedades. O pensamento iluminista dos séculos XIX e XX, vislumbrou a educação para todos de caráter obrigatório e gratuito, que segundo Kant, define o sujeito como cidadão: civilizado, cultivado, disciplinado e moralizado. O cultivo da racionalidade como base para o progresso social. Divide em três os níveis de ação da educação escolar na formação do cidadão: a percepção das subjetividades individuais- a educação oferece ao sujeito respostas as indagações pertinentes ao “ser e se perceber”, sua identidade pessoal; a educação como um critério de ordenação social- que assemelha e diferencia os sujeitos; a estruturação social- a diferença entre classes, distribuição de renda e a participação política. A partir de tais reflexões do passado, projeta propostas para o futuro educacional. Destacando a leitura e a escrita como construtoras do sujeito e reconstrutoras da cultura, tendo a alfabetização como instrumento que possibilita a posse do conhecimento, considerando a leitura capacitante do pensamento abstrato, crítico, reflexivo e autônomo e a escrita um estabelecimento à reflexão interior. A educação necessita da memória e do acervo cultural acumulado pelas sociedades, é por meio desses saberes herdados, ciência, tecnologia, artes, literatura, e outros, que a educação ganha sentido. A educação deve proporcionar ao sujeito a leitura do presente, da realidade que o circunda, dos significados a da compreensão do mundo, que torne possível consertar o obtido e melhorá-lo, valorizando o diálogo e as diferentes opiniões, a partir das primeiras experiências de aprendizagem, da valorização da expressão e da autonomia dos sujeitos, de diálogos e confrontos de argumentos sem restrições, a aprendizagem pautada na participação. Programas que só podem ser desenvolvidos por instituições e agentes especializados, escolas e professores. A educação como direito de todos, só é possível com a educação pública, em instituições suficientes em quantidade e em qualidade, que possam garantir a igualdade e a solidariedade. Analisa as condições e valores da educação na modernidade, uma educação cansada, sem utopias e ideais futuros. Isso acontece, devido ao descredito dos sujeitos quanto a educação que não cumpriu a promessa de possibilitar a mobilidade social, impôs uma cultura única, ignorando as realidades que a cercam e segundo Marx reproduzindo os meios de controle das classes dominantes. Questiona os leitores quanto ao que se pode fazer. Elaborar um novo projeto para a educação, ou manter o já existente? Conclui que o problema está no não cumprimento adequado do projeto iluminista.

Roselaine Monteiro dos Santos.



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