quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Escritos de Educação



ESCRITOS DE EDUCAÇÃO
A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura
Pierre Bourdieu
NOGUEIRA, Maria Alice Nogueira; CATANI, Afrânio. (Org). Pierre Bourdieu. Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes. 9. ed. 2007, p. 40-64.
 Segundo Bourdieu a inércia cultural dos homens julga a educação como um fator determinante para a mobilidade social, Bourdieu considera a educação como um dos fatores mais eficazes de conservação social. Aponta como motivos desta conservação os meios de eliminação e seleção que atuam durante todo o processo de escolarização, considerado por ele como uma seleção desigual sobre os indivíduos de classes sociais diferentes. Para a Sociologia a família transmite por vias diretas e indiretas um capital cultural, que compreende desde: linguagem; acesso aos meios culturais; grau de escolaridade dos membros da família; quantidade de filhos. Tais fatores contribuem para a definição do grau de escolaridade e do êxito escolar do indivíduo, determinados e dependentes de variações sócio-econômicas. Os filhos das classes sociais de alta renda possuem o privilégio de nascerem inseridos na cultura e linguagem escolar culta pertencente às classes dominantes. Os filhos das classes de baixa renda sofrem o impacto da diferença da linguagem familiar social com a linguagem culta elitista presente em todos os níveis de escolarização, segundo pesquisas, quanto maior o número de filhos das classes de baixa renda, menor é a escolarização dos mesmos. Para Bourdieu o sistema escolar na sociedade capitalista atua como agente conservador das diferenças sociais, tratando igualmente os desiguais, implantando uma ideologia que legítima, justifica e mantém a dominação burguesa.

Roselaine Monteiro dos Santos.