ESCRITOS
DE EDUCAÇÃO
A
escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura
Pierre
Bourdieu
NOGUEIRA,
Maria Alice Nogueira; CATANI, Afrânio. (Org). Pierre Bourdieu. Escritos de
Educação. Petrópolis: Vozes. 9. ed. 2007, p. 40-64.
Segundo Bourdieu a inércia cultural dos homens
julga a educação como um fator determinante para a mobilidade social, Bourdieu
considera a educação como um dos fatores mais eficazes de conservação social. Aponta
como motivos desta conservação os meios de eliminação e seleção que atuam
durante todo o processo de escolarização, considerado por ele como uma seleção
desigual sobre os indivíduos de classes sociais diferentes. Para a Sociologia a
família transmite por vias diretas e indiretas um capital cultural, que compreende
desde: linguagem; acesso aos meios culturais; grau de escolaridade dos membros
da família; quantidade de filhos. Tais fatores contribuem para a definição do
grau de escolaridade e do êxito escolar do indivíduo, determinados e
dependentes de variações sócio-econômicas. Os filhos das classes sociais de
alta renda possuem o privilégio de nascerem inseridos na cultura e linguagem
escolar culta pertencente às classes dominantes. Os filhos das classes de baixa
renda sofrem o impacto da diferença da linguagem familiar social com a
linguagem culta elitista presente em todos os níveis de escolarização, segundo
pesquisas, quanto maior o número de filhos das classes de baixa renda, menor é
a escolarização dos mesmos. Para Bourdieu o sistema escolar na sociedade
capitalista atua como agente conservador das diferenças sociais, tratando
igualmente os desiguais, implantando uma ideologia que legítima, justifica e
mantém a dominação burguesa.
Roselaine Monteiro dos Santos.